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Quem gosta de montanhas, geologia e história caótica da terra regressa com frequência ao Arouca Geopark, para descobrirmos a nossa odisseia a bordo de caravelas do tamanho de continentes. Nestas serras cada pedra sussurra o passado se a soubermos interpretar ou ouvirmos os homens que as estudam. Navegamos numa jornada pela caminhada interpretada do "Vale do Paiva", onde ficamos a conhecer melhor a “Pedreira do Valério”, onde nas lousas ganham vidas gigantescos fósseis de trilobites e escalamos a Gralheira d'Água, onde romanos extraíram ouro de antigas minas mouras. No seu miradouro saboreamos as paisagens longínquas de Alvarenga e Cinfães e conhecemos a lenda do rego do boi.

A história dos irmãos Oliveira Lopes de Válega que construíram uma escola

Esta é a história de dois irmãos do Cadaval – Válega que no começo do século XX, resolveram combater a expensas próprias o analfabetismo e mandaram erigir uma escola na sua terra que marcou tantos homens e mulheres e que comprova a importância do saber para elevar o ser humano. Naquele tempo não havia ensino obrigatório e universal, existiam poucas escolas, mestres e os alunos andavam desnutridos, mal vestidos e calçados.

Na sessão camarária de 29 de Janeiro de 1908 foi presente um ofício do subinspector escolar José de Castro Sequeira Vidal comunicando que José de Oliveira Lopes e seu irmão Manuel José de Oliveira Lopes, do lugar do Cadaval, da freguesia de Válega, ofereciam-se para custear todas as despesas com a construção dum edifício para as escolas oficiais e habitação dos respetivos professores dessa freguesia, pelo que pedia a cedência gratuita do terreno necessário para aquele construção que, concluída, seria oferecida ao Estado pelos citados beneméritos.” Lamy, A. (1977). Monografia de Ovar - volume 2 (1st ed., p. 376). Ovar [Portugal].

A Citânia de Briteiros é um dos maiores e mais bem preservados castros da península ibérica, ficando situado no alto do monte de São Romão, na freguesia de Salvador de Briteiros, concelho de Guimarães. Caminhar pelas suas velhas calçadas é ligarmo-nos aos nossos irmãos ancestrais e retrocedermos no passado. Os caminhos são ladeados por pequenos muros, ruínas de casas redondas ou quadradas e muralhas defensivas. Aqui destaca-se o Museu da Cultura Castrense, Casa do Conselho, Vale do Ave e a Pedra Formosa, que fazia parte de antigas saunas.

O Cais do Puxadouro, na Ria de Aveiro, Canal de Ovar, em Válega - Ovar, durante séculos, teve grande azáfama de moliceiros, bateiras e mercantéis. Estas últimas embarcações partiam deste cais, carregadas de produtos agrícolas, pecuários, telha e caulino. Ao longo da história, este cais foi perdendo importância e junto dele nasceu o CENÁRIO, Centro Náutico da Ria de Ovar, cujo atual presidente Hélder Ventura, com a sua dedicação e ajuda de outros sócios, tem como missão de preservar a sua memória, recuperar embarcações em madeira, que navegaram na Ria de Aveiro e resgatar histórias perdidas no tempo.

Localizado no meio do coração da cidade vareira, perto da Câmara Municipal, o Museu de Ovar, também conhecido como o Museu do Traje de Ovar, com meio século de existência, apesar da sua enorme riqueza, vai passando despercebido, assim como a estreita rua onde nasceu. O seu rico espólio é constituído por trajes tradicionais, azulejos, pinturas, esculturas, bonecas e apicultura. O Ondas da Serra esteve à conversa com o seu diretor e duas funcionárias, que nos falaram com carinho da riqueza cultural deste espaço, que merece ser redescoberto pelos vareiros e explorado pelos forasteiros.

Após visita ao Vale Mágico em busca da arte expressa nas ruas através do seu ‘Walking Tour de Arte Contemporânea’ voltamos ao ambiente  “… cercado de montanhas de formas extravagantes...” de Ferreira de Castro para saber mais da sua história, pois assim o teria de ser... e fomos visitar o Museu Municipal de Vale de Cambra. Este museu situa-se na freguesia de Macieira de Cambra nos antigos Paços do Município, que foi a sede do concelho até 1926. Dista 3 Km do centro de Vale de Cambra e é o primeiro andar de um edifício do séc. XIX onde funciona no rés-do-chão a Junta de Freguesia.

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