Pelo percurso pedestre PR1 - Trilho da Pateira ao Águeda, fomos conhecer a Pateira de Fermentelos ou de Espinhel, maior lagoa natural da península ibérica. Partimos nesta aventura do parque de lazer de Oís da Ribeira, contornando a pateira e margens dos rios Cértima e Águeda. Neste trilho destacamos a riqueza natural desta lagoa, as aldeias rurais que atravessa e Igreja Matriz de Óis da Ribeira. Infelizmente há locais infetados por jacintos de água, que as autoridades públicas tentam combater.

Fomos à descoberta de três aldeias rurais de Vale de Cambra, Fuste, Função e Paço de Mato. Deixamos o carro junto do Centro Cívico de Rogê e partimos de bicicleta, para desbravar terrenos e procurar aventuras. Não fomos de caravela, nem navegamos numa nau, fomos com pedalada, não levamos varapau. Por estes caminhos que ladeiam a estrada M550, embrenhamo-nos progressivamente numa atmosfera rural, ladeada de campos agrícolas e caminhos que por vezes percorremos à descoberta. Nesta aventura fomo-nos cruzando com os seus habitantes, nas suas atividades diárias, conduzindo vacas, tratores ou com enxadas ao ombro para cavar. Vimos antigos caminhos rurais, pontes romanas, igrejas e cruzeiros religiosos, muita riqueza ambiental, belas paisagens, grandes montanhas e agrestes penedos.

O percurso pedestre, PR6 – Rota dos Moinhos, fica localizado em Paraduça – Vale de Cambra. O seu trajeto é caracterizado pela passagem por esta aldeia, marcadamente rural, por cinco moinhos de rodízio recuperados. A maior parte deles ainda trabalha moendo o milho para a laboração da sua conhecida broa, dinamizado pela Associação de Desenvolvimento Turístico e Promoção Cultural de Paraduça. Esta terra é rodeada de altas montanhas, rios e ribeiras naturais que lhe conferem grande beleza.

O caminhante ao percorrer o Percurso das Ribeiras de Pardilhó, compreende que o Criador deveria estar de bom humor, quando fez tão bonita obra. As terras são baixas e de altitude quase constante, conhecidas por Marinhoas. Estes lugares perto do mar e da ria, formados por terrenos arenosos e aluviões, conferiram uma acentuada identidade regional a Pardilhó, Bunheiro, Murtosa, Monte, Veiros, Torreira e pedaços de Estarreja e Ovar. Neste trilho vamos percorrer sete ribeiras, junto da Ria de Aveiro, que tão bem representam a riqueza lagunar, tradições e caráter deste povo.

Pardilhó é uma vila do concelho de Estarreja, nascida junto das margens da Ria de Aveiro, repleta de belezas e que encantam o visitante. Esta terra possui uma atmosfera especial, um tempo peculiar e gentes afáveis e trabalhadoras. Enclausurada no meio de grandes cidades urbanas e estradas repletas de tráfego, a influência das águas, dá-lhe calma e muito sossego. Por ser plana por aqui a bicicleta ou carroça são rainhas e como é muito fértil, pasta o gado e cava o homem. Na ria as ribeiras foram requalificadas e lutam apesar da idade e menor tráfego, pela sua beleza, quando os visitantes percorrem o seu trilho. Ainda há alguns mestres do machado a fazer moliceiros que navegam para Aveiro para os turistas visitarem os canais. Na Fonte da Samaritana lembramo-nos que todos somos humanos e não devemos julgar os outros pelas suas diferenças.

A margem esquerda do Rio Inha em Canedo foi requalificada, dotando-o com uma bonita frente ribeirinha com cerca de três quilómetros. O piso é em asfalto e terra batida, sendo ladeado por zonas para contemplar o rio, com bancos em madeira para se sentar. Esta é uma zona muito disputada pelos pescadores e amantes da canoagem, que sobem o rio e descem até à sua foz no Rio Douro.